quinta-feira, 28 de abril de 2011

Bullying: usos e abusos de um termo

sobre o uso abusivo da interpretação de bullying para situações de violência
por Diana Corso

De tanto em tanto sofremos epidemias de explicações, e já faz algum tempo que o bullying está nesse registro. Denunciar essa prática é válido para revelar um sadismo que nunca esteve ausente da relação entre as crianças, frente ao qual as instituições escolares sempre foram cegas. Porém, acabamos observando outro fenômeno: o de um termo que acaba deixando de interpretar fenômenos e começa a participar de sua gênese.

Semana passada, um jovem entrou numa escola em Porto Alegre gritando, agredindo e causando pânico na sala de aula. Ex-aluno, justificou-se dizendo que estava vingando o bullying sofrido pela irmã. O assassino perturbado do Realengo também teria sido vítima de tal prática. Hitler teria arcado com as consequências de sua baixa auto-estima e o próprio nazismo seria uma reação do povo alemão à posição humilhante em que o resto do mundo os colocou após a primeira guerra. Um marido traído, motivo de chacota entre os conhecidos, pela mesma linha de argumentação, teria justificativa para matar os amantes e todos os fofoqueiros de plantão. A cadeia de ressentimentos pode não ter fim quando uma vitimização qualquer funciona como justificativa para um ato de violência. É a apoteose dos agressores que se sentem vítimas.

Minha entrada na escola deu-se juntamente com a aprendizagem da língua portuguesa, falar errado e ser estrangeira não foi fácil. Era a única criança judia da escola pública na qual fiquei até a adolescência. Na época, rezava-se todas as manhãs antes do início das atividades (nosso país sempre foi laico em termos), eu era convidada a retirar-me. O objetivo de evitar constrangimentos, ao me impor outra religião, causava um pior: o exílio do pátio. Passei, portanto, por situações que poderiam ter sido caracterizadas como bullying, as quais sempre foram poucas porque me mimetizava, tinha terror de ser tachada de diferente, já que de fato era.

Um padecimento qualquer não é uma sentença de vida, é um elemento com o qual se faz o que se consegue. Na clínica, conheci jovens e crianças que faziam coisas desagradáveis ou ridículas para que isso atraísse a agressividade dos outros, geravam hostilidade e com isso realizavam uma fantasia inconsciente. O bullying é um fenômeno, mas sua causa compõe-se de infinitas variáveis. Ser hostil com os outros, como é o caso dos algozes, provocar os maus tratos sofridos, como por vezes é o caso das vítimas, ou mesmo ser incapaz de entrosar-se, são sintomas psíquicos, mensagens atravessadas. Perceber que a escola é a primeira experiência de socialização, onde podem nascer sofrimentos que perduram, é fundamental, mas que isso sirva para tornar a instituição mais sensível, não para aumentar o coro das vinganças justificadas.

http://www.marioedianacorso.com/bullying-usos-e-abusos-de-um-termo

terça-feira, 19 de abril de 2011

Pais: como saber se seu filho é uma vítima do bullying

Universalmente, o bullying é conceituado como sendo um “conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais alunos contra outro(s), causando dor, angústia e sofrimento, e executadas dentro de uma relação desigual de poder, tornando possível a intimidação da vítima”.


Os pais devem acompanhar a vida escolar de seus filhos e ficarem atentos aos sinais do bullying!

Como saber se seu filho(a) é vítima de bullying?
1. Apresenta, com freqüência, desculpas para faltar às aulas ou indisposições, como dores de cabeça, de estômago, diarréia, vômitos, antecedendo o horário de ir à escola?;
2. Pede para mudar de sala ou de escola, sem apresentar motivos convincentes?;
3. Apresenta desmotivação com os estudos, queda do rendimento escolar ou dificuldades de concentração e de aprendizagem?
4. Regressa da escola irritado ou triste, machucado, com as roupas ou materiais escolares sujos ou danificados?;
5. Apresenta freqüentemente aspecto contrariado, deprimido, aflito ou tem medo de voltar sozinho da escola?;
6. Possui dificuldades de relacionar-se com os colegas, de fazer amizades?
7. Vive isolado em seu mundo, sem querer contato com outras pessoas, senão os familiares?

O que fazer se o seu filho é a vítima?
1. Observe qualquer mudança no comportamento, por mais insignificante que lhe pareça;
2. Estimule para que fale sobre o seu dia a dia na escola, ouvindo atentamente, sem críticas ou julgamentos;
3. Lembre-se: o diálogo não se dá apenas por perguntas e respostas, mas é preciso criar um espaço emocional onde haja aceitação, para que se exponha com segurança. não culpe a criança pela vitimização sofrida;
4. Transforme o seu lar num local de refúgio e segurança, através da manifestação de afeto e apoio incondicional;
5. Ajude a criança a expressar-se com segurança e confiança, evitando orientá-la ao revide;
6. Valorize os aspectos positivos da criança e converse sobre suas dificuldades pessoais e escolares. fazendo assim, estará fortalecendo a sua auto-estima e sua resistência imunológica;
7. Procure ajuda psicológica e de profissionais especializados no assunto, quando perceber que a situação é mais séria e está gerando sintomas freqüentes ou reações emocionais indesejáveis;
8. Não ignore a vitimização, acreditando que “isso faz parte do aprendizado”, ou que “ajudará a superar as adversidades da vida”. é necessário que haja intervenção promotora da educação para a paz;
9. Lembre-se: as conseqüências da vitimização podem ultrapassar o período acadêmico e comprometer a vida familiar, profissional e social, além da saúde emocional.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Vamos acabar com as brincadeirinhas que machucam a alma!

Todos os dias, alunos no mundo todo sofrem com um tipo de violência que vem mascarada na forma de “brincadeira”.

As simples “brincadeirinhas de mau-gosto” de antigamente, hoje denominadas bullying, podem revelar-se em uma ação muito séria.
Causam desde simples problemas de aprendizagem até sérios transtornos de comportamento responsáveis por índices de suicídios e homicídios entre estudantes.

Bullying, Não é Brincadeira, violência escolar não tem graça!

É comum o AGRESSOR justificar suas maldades como brincadeira e com isso defender-se de possíveis punições, para assim continuar agindo.

Vamos combinar:
Ofensa não é brincadeira!
Intimidação não é brincadeira!
Mentir com intuito de ferrar alguém, não é brincadeira

Brincadeira só existe se nos faz rir, se desperta bons sentimentos e bons momentos!

vamos acabar com esta triste brincadeira

Se o maior trunfo do bullying é agir à espreita o melhor trunfo para combatê-lo é fazê-lo sair das sobras. Como? Através do conhecimento, do reconhecimento que ele existe e de regras para evitá-lo.

A Campanha “Bullying, Não é Brincadeira – violência escolar não tem graça”, promovida pelo gabinete do vereador Marcio Souza, coloca a disposição conteúdos informativos, através da web, de materiais gráficos e palestras, informações para que a sociedade aprenda identificar e municiar pais, professores e alunos com práticas e ações para combater este mal e promover uma “Cultura para a Paz”!


Vamos começar?