segunda-feira, 17 de maio de 2010

ARTIGOS - Combate ao bullying, por Adroaldo Loureiro*

A morte do jovem Matheus, na semana passada em Porto Alegre, desvenda como tragédia um problema que cresce silencioso na sociedade gaúcha e brasileira, especialmente no sagrado ambiente escolar. As práticas repetidas de agressões entre crianças e jovens, denominadas bullying, são materializadas através da violência em ataques reais e virtuais, resultam em sofrimento físico, problemas psicológicos, afastamento da escola, depressão e até suicídio.

O tema vem sendo debatido pelas escolas e entidades educacionais, tanto públicas quanto privadas. Levanta-se o questionamento quanto à responsabilidade pelo enfrentamento da prática nefasta, se das escolas, da família ou da sociedade. Especialistas apontam para as consequências da desestruturação familiar, com pais omissos gerando crianças e adolescentes vítimas ou, então, pais que estimulam a agressividade e, assim, educam para a agressão. Pesquisas revelam que muitos dos agressores na prática do bullying atacam para não serem atacados, agridem para não se tornarem a próxima vítima.

Estudos e pesquisas em escolas públicas de Porto Alegre apontam para o círculo de agressividade e vitimização envolvendo praticamente a metade dos alunos com a prática do bullying, motivados em sua maioria pela conceituação da moralidade sexual. Pré-adolescentes e adolescentes, estimulados pela mídia através de programas em tempo real, repetem as fórmulas preconceituosas e agressivas especialmente contra os homossexuais, contra os que são diferentes. Foi o caso de Matheus, a vítima, perseguido na escola por ser alto e gordo e, talvez, por ter reagido às agressões que sofria.

A espiral de violência que permeia a nossa sociedade está materializada na prática do bullying. Como agente público, tenho o compromisso de criar mecanismos para disciplinar esse comportamento que causa tantos danos à sociedade, especialmente no ambiente mais sagrado para nós, que é a escola. Projeto de lei 264, que tramita desde 2009 na Assembleia Legislativa, define uma política antibullying nas escolas do Rio Grande do Sul. É o instrumento de que disponho para contribuir com a sociedade gaúcha.

*Deputado (PDT

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